quinta-feira, 6 de agosto de 2009

A escola

Bom, aqui não tem internet wireless (na casa, nao em Londres), então imaginem o quanto eu fiquei deprimida quando descobri! Como viver sem internet!!! E o pior, o primeiro fim de semana, ou seja, nada pra fazer pois não conhecia ninguém, ainda por cima era meu aniversário. Entediante, sem conhecer ninguém, sem sair de casa, sem conversar direito com a família, sem internet pra me comunicar com meus amigos e meus familiares e sem telefone pra ligar!!! Pensei: é o fim! Fui num shopping aqui perto e comprei um chip daqui, da operadora O2, quem quiser ligar pra mim o número é 07517888683... como se liga? "I don't know!!!" Foi então que coloquei uns créditos pra ligar pelo menos pra mamãe e Eduardo. Claro, sem deixar eles perceberem o pânico e tristeza que eu estava aqui!!! E o pior, não podia fazer barulho, pois as casas aqui parecem ser ocas, tudo se ouve!!! Tudo bem, fui dormir cedo pro dia passar rápido que no dia seguinte seria meu primeiro dia na escola... Bom, a família me mostrou o caminho, mas não preciso dizer que com a rapidez que eles falam e o meu inglês enferrujado eu não entendi nadinha, preciso? Pois bem... como era o primeiro dia eles me levaram pra escola. Chegando lá fiz a prova escrita pra ver em que turma eu entraria, depois a Holly (uma espécie de secretária) levou a gente pra uma caminhada, pra conhecer a redondeza... banco, shopping, casa de câmbio, farmácia, mercado, biblioteca com internet wireless (yessssssss), restaurantes e McDonalds. Retornamos e nossos testes já estavam corrigidos, fomos encaminhados para turmas diferentes de acordo com o nível de inglês apresentado no exame.
Na minha sala ficaram 7 pessoas, só eu do Brasil, uma japonesa, duas polonesas e três árabes. As polonesas formaram um grupo com outras polonesas de outras turmas, a japonesa idem, e eu pra variar fiquei perdida. De quem eu fui atrás? Das árabes, que se juntaram com outras duas e foram almoçar. Comecei a andar na direção delas como se estivesse indo pro mesmo caminho, até que elas olharam para trás e perguntaram: Vai almoçar sozinha? Eu disse: Sim. Então elas disseram: Vem com a gente! E eu pensei: Que bom, encontrei companhia!! Gente, elas são amáveis!! E não são retraídas não, muito pelo contrário, são bem saidinhas!! Com exceção da Asma que é casada e é da Judeia. Ela é bem reatraída, não mostra os cabelos de jeito nenhum, não usa maquiagem ou batom, nem acessórios, bijouterias. Usa aquelas vestes típicas de muçulmanos, mostrando só as mãos, como a batina de um padre... com calça e sapato por baixo. Tem o R bem puxado! Já as três da Arábia Saudita são mais ou menos, riem bastante, brincam, usam lapis de olho, porém sem batom, um relogio pra dizer que não usam nada, celular da última moda, calça jeans e sapatinho, mas blusa tampando o braço todo e sem mostrar o pescoço claro... deixam mostrar um pedaço do cabelo, como se fosse uma provocação de uma muçulmana moderninha ao homens árabes, usam lentes de contato colorida, fazem sombracelha e pintam as unhas! Os nomes delas não são fáceis de gravar, por isso peguei nome, telefone e e-mail delas: Auhuad (que ta na foto sozinha comigo), Sumher (é a de rosa) e Gadah (a morena ao lado dela). Já a de Dubai... (Alia, que está do meu outro lado) essa é pra frente, nossa!!! Paquera os garotos, anda de camiseta, usa muita maquiagem, adora tirar o tubante pra mostrar os cabelos e olha pros lados pra ver se tem alguem vendo, acho que como se fosse uma provocação aqui no Brasil de uma mulher talvez levantando a saia e mostrando suas coxas. Fala bastante, passeia bastante sozinha, anda com roupinha combinando com as sapatilhas e o lenço na cabeça. Foi com elas que descobri onde tirar dinheiro do banco com meu cartão de crédito brasileiro, descobri que aqui eles possuem um pendrive com um tipo de internet pré-paga (que eles chamam de broadband) e aprendi um restaurante onde se come e bebe de tudo à vontade, qualquer quantidade, e se paga o mesmo... bom almoçar assim né! Não preciso dizer que no mesmo dia eu comprei o pendrive no shopping pra usar internet de casa. Xeroquei na escola o mapa do bairro, e em posse dele e do endereço, fiz a primeira jornada pra casa. A pé. Cheguei exausta, instalei a internet e com duas horas de uso o pendrive queimou... felicidade de pobre dura pouco!

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